quarta-feira, outubro 9, 2024
42 99800-6869 contato@genteregional.com.br
0
  • No products in the cart.
Revista GenteSaúde

Cardiologia Pediátrica

Há tempos pediatras e pais preocupam-se cada vez mais com temas que antes passavam despercebidas em crianças, questões como “crianças tem problema cardíaco?” deixaram de ser motivo de surpresa. A familiaridade com alguns termos como sopro cardíaco, bebê cianótico (“roxinho”), criança com arritmia, tem sido os principais motivos de encaminhamentos ao cardiologista pediátrico. A rotina de triagem de cardiopatias congênitas já na maternidade vem aproximando a população desta especialidade médica.

O teste do coraçãozinho é um exemplo disso, desde 2014 é realizado na rede pública e privada brasileira para diagnóstico de cardiopatias congênitas críticas em recém nascidos.

O que é cardiopatia congênita?

As doenças cardiológicas em crianças, diferem das encontradas em adultos, pois a maioria dos casos são de alterações anatômicas do coração. São mal formações geradas intraútero e dependendo da má formação, o caso é mais ou menos grave.

Estudos científicos têm demonstrado uma prevalência mundial de cardiopatia congênita, de 9 casos a cada mil nascidos vivos e, no Brasil, varia de 5,5 a 7 em cada mil nascidos vivos.

As cardiopatias mais frequentes são de baixa gravidade ao nascimento, como os tais “buraquinhos no coração”, que correspondem a comunicações inadequadas entre o lado esquerdo com o lado direito do coração (comunicações interatriais ou interventriculares, por exemplo). Alguns desses casos apresentam resolução espontânea e não interferem no crescimento e desenvolvimento infantil. Porém, muitos podem apresentar cansaço, suor excessivo às mamadas e baixo ganho de peso.

As malformações do coração causam um barulho diferente na ausculta cardíaca das crianças, o tão conhecido sopro. O sopro não é o nome de uma doença e sim um som diferente do coração percebido pelo pediatra.

Este sopro deve ser avaliado cuidadosamente, pois pode ser causado por vários tipos de malformações cardíacas e até ser encontrado em corações normais, os tais sopros inocentes ou fisiológicos.

Hoje em dia, já na gestação do bebê atenta-se ao diagnóstico fetal de cardiopatia, pois em até 90% das malformações não se detecta fator materno desencadeante definido associado. Essa investigação se faz através do exame de ecocardiograma fetal que deve ser realizado da 18° a 24° semana gestacional.

Na faixa etária neonatal, antes da alta da maternidade, deve ser realizado o Teste do Coraçãozinho. Desde 2014 é realizado na rede pública e privada brasileira para diagnóstico de cardiopatias congênitas críticas em recém nascidos. Neste teste, se houver diferença significativa no valor da saturação de oxigênio entre a mão direita e um dos pés do bebê, deve-se complementar a avaliação com exame de ecocardiograma para afastar as cardiopatias congênitas cianóticas (que deixam a criança roxinha), pois são graves e devem ser tratadas prontamente. Alguns casos necessitam de tratamento cirúrgico ou cateterismo cardíaco emergencial.

Independente da faixa etária, na presença ou ausência de sintomas cardiológicos, e caso o pediatra tiver dúvida em relação à ausculta de sopro, o paciente deve ser encaminhado para avaliação por um cardiopediatra.

O cardiopediatra, tem a capacidade de diferenciar as lesões cardíacas benignas das graves ou potencialmente graves, que oferecem risco de progredirem com a idade da criança. Exemplos disso são as lesões nas valvas, artérias ou músculo cardíaco.

Existem cardiopatias congênitas ditas cianóticas, que deixam o lábio, gengivas e extremidades dos dedos arroxeados. São as mais graves e oferecem risco de vida se não forem diagnosticadas prontamente pois necessitam de cirurgia cardíaca muitas vezes logo após o nascimento.

Faz parte também da abordagem do cardiopediatra diagnosticar e tratar arritmias cardíacas, investigação de desmaios, cansaços atípicos e baixa tolerância aos exercícios físicos. Casos de obesidade e hipertensão arterial também podem ter repercussão no coração infantil.

Atualmente, na vigência da pandemia pelo Corona vírus-19, sabe-se que o coração das crianças pode ser um dos órgãos mais afetados por essa infecção, principalmente nos casos de febris e que necessitaram de hospitalização com suplementação de oxigênio. Esta virose infelizmente pode lesionar as artérias que nutrem o coração (coronárias), o músculo (miocardite) e causar arritmias.

Normalmente o pediatra especialista em cardiologia pediátrica tem capacitação para realizar e interpretar exames como ECG e ecocardiograma transtorácico sendo realizados no mesmo ato da consulta na maioria das situações.

Dra. Danielle Gralak de Jesus – CRM 18634

Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), residência Médica em Pediatria e Formação em Cardiologia Pediátrica pelo Hospital Infantil Pequeno Príncipe, título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria, título de Área de Atuação em Cardiologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Atualmente trabalha no Hospital Infantil Pequeno Príncipe, Clínica Pediátrica Le Petit em Curitiba, Hospital Infantil Waldemar Monastier em Campo Largo – PR.

Atendendo também no CADI, em Irati- PR, Rua Benedito de Morais, 400 – Centro – Fone: (42) 3132 5070

Deixe um comentário

×